Nunca desista dos seus sonhos

Nunca desista dos seus sonhos
Augusto Cury.


1. Prefacio

Os sonhos alimentam a vida

Os sonhos são como o vento, você o sente, mas não sabe de onde eles vieram e nem para onde vão. Eles inspiram o poeta, animam o escritor, arrebatam o estudante, abrem a inteligência do cientista, dão ousadias ao líder. Eles nascem como flores no terreno da inteligência e crescem nos vales secretos da mente humana, um lugar que poucos exploram e compreende.
Há dois tipos de sonhos.
Primeiro, os sonhos produzidos quando mergulhamos no sono. Segundo, os sonhos que produzimos quando estamos acordados, vivendo a batalha da existência, sentindo a vida que pulsa em nosso dia-a-dia.
Os sonhos gerados no sono têm grande importância no desenvolvimento da inteligência. Quando adormecemos, o “eu”, que representa nossa vontade consciente, deixa de atuar logicamente, e, paralelamente, alguns fenômenos inconscientes começam a ler continuamente a memória e a ter idéias, imagens mentais, fantasias e personagens. Há uma explosão criativa nos sonhos noturnos, uma releitura do passado.
Esses sonhos são como complexos filmes arquitetados sem um diretor, sem uma condução lógica. São filmes que resgatam as informações do passado recente ou remoto, dando nova forma, cores e sabores as experiências vividas.
Os sonhos noturnos não são inofensivos, pois se registram na memória e pode tanto expandi o aprendizado e enriquecera personalidade quanto alimenta a insegurança e a ansiedade.
Todos sonhamos quando dormimos embora nem sempre recordamos do sonho quando acordamos. Este é o primeiro tipo de sonho. Entretanto, não é sobre os sonhos noturnos que irei discorrer nesse livro.
Vou falar sobre os sonhos diurnos. O sonho que produzimos quando choramos, brincamos, cantamos, falamos, silenciamos. O sonho que borbulha quando nasce um filho, quando conquistamos um amigo, quando ganhamos aplausos, recebemos vaias. O sonho que brota quando beijamos quem amamos. O sonho que surgi quando a vida tirou, a alegria dissipou, a esperança partiu.
Vou contar sobre os sonhos que transformam o mundo. Os sonhos que nos inspiram a criar, nos animam a superar, nos encorajam a conquistar. Assim como os noturnos, os sonhos diurnos não são produzidos apenas pela motivação lógica e consciente do “eu”, mas também por fenômenos inconscientes que geram uma usina de emoções e uma fonte de pensamentos.
Moisés, Maomé, Buda, Confúcio, Sócrates, Platão, Sêneca, Abraham Lincoln, Gandhi, Einstein, Freud, Max Weber, Max, Kant, Thomas Edison, Machado de Assis, Sun tzu, khalil Gibran, John Kennedy, Hegel, Maquiavel, Agostinho, e muito outros foram grandes sonhadores.
Estes homens mudaram a historia porque tiveram grandes projetos. Tiveram grandes projetos porque tiveram grandes sonhos. Seus sonhos aliviaram suas dores, trouxeram esperança nas perdas, renovaram suas forças na derrota. Seus sonhos transformaram a inteligência um solo fértil.
Deus também sonha? A arquitetura do universo com bilhões de galáxias e seus infinitos fenômenos parecem gritar que não apenas existe um Deus por detrás das cortinas da existência, como esse Deus tem um grande sonho! No entanto parece que só os sensíveis ouvem sua voz. Descobri o sonho do arquiteto da vida, independente de uma religião, é a responsabilidade ou talvez o maior desafio do ser humano.

A criança e o sábio.

Um dia uma criança chegou diante um pensador e lhe perguntou:
- Que tamanho tem o universo?
Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o infinito e reponde:
- O universo tem o tamanho do seu mundo.
Perturbada, ela novamente indagou:
- Que tamanho tem o meu mundo?
O pensador respondeu-lhe:
- Tem o tamanho de seus sonhos.
Se seus sonhos são pequenos, sua visão sara pequenas, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suporta as tormentas será frágil.
Shakespeare disse que “quando se avistam nuvens, os sábios vestem seus mantos”. Sim! A vida tem inevitáveis tempestades. Quando elas sobrevém, os sábios preparam seus mantos invisíveis: protegem a emoção usando sua inteligência como paredes e seus sonhos como teto.
Os sonhos regam a existência com sentido. Se seus sonhos são frágeis, sua comida não terá sabor, suas primaveras não terão flores, suas manhas não terão orvalhos, sua emoção não terá romances.
A presença do sonho transforma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos transformam milionários em mendigos. A presença dos sonhos faz o idoso jovem, e a ausência do sonho faz o jovem idoso.
A juventude mundial esta perdendo a capacidade de sonhar. Os jovens têm muitos desejos, mas poucos sonhos. Desejos não resistem a dificuldade da vida, sonhos são projetos de vida, sobrevivem ao caos.
A culpa. Porem, não é dos jovens. Os adultos criam uma estufa intelectual que lhes destrói a capacidade de sonhar. Eles estão adoecendo coletivamente: são agressivos, mas introvertidos; querem muito, mas se satisfaz pouco.
Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua historia, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos ter golpes de ousadia e os derrotados serem os construtores de oportunidades.
Este livro foi escrito para todos aqueles que querem sonhar (crianças, jovens, adultos e idosos) e não apenas para psicólogos e educadores. Ele fala sobre a ciência dos sonhos, a mente dos sonhadores, a personalidade dos que nunca desistiram dos sonhos.
Acima de tudo este livro ensina a pensar. Provavelmente, ao lê-lo, você vai repensar a sua vida.
Uma mente saudável deveria ser uma usina de sonhos oxigenam a inteligência e irrigam a vida de prazer e sentido